12 de dezembro de 2005

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O meu celular/telemóvel ainda anuncia que estou fora. Mas não é verdade. Já tomei chá sobre o casario de Lisboa. Já o Natal ganhou algum sentido porque embrulhado em frio.
Trouxe comigo desta viagem a memória de tanta terra como muita gente não conseguiu ver. Do Maranhão ao Rio Grande do Sul, os Brasis quase todos avistei.
Esta viagem não teria sido possível sem a ajuda de tantos amigos. E esse foi o presente inesperado e valioso que o destino me deu. É graças a eles que eu reconheço o sotaque do interior da Bahia e sei distinguir um caruru de um acarajé. Ou encontrei o Araguaia das minhas leituras e soube que nas suas margens vivem tracajaras e iguanas. Nem sabia que existiu um dia um presidente mulherengo que teve o sonho de unir o Brasil no centro, no meio do mato, lá onde os pontos se cruzam e a poeira vermelha botou fogo nos olhos dos boiadeiros. Deram-me conhecimentos, amizade e um sentido da hospitalidade que julgava perdido.
Neste regresso a casa o meu coração está com eles: Carlos, Ronaldo, Alaore, Luiz, Jorge, Bárbara, Lélia, André e todos os outros que não tendo aqui o nome ganharam a minha estima e gratidão. Obrigado pelo tapete macio que me lançaram debaixo dos pés.
Sem vocês, nunca teria atravessado o vosso país-continente.

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